quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

De volta à escola

Na próxima semana, as aulas recomeçam e eu parto para um novo ciclo na vida profissional.
No ano passado fui para São Paulo e realizei ,de certo modo, um sonho na minha carreira como professora:Trabalhei no Pueri Domus e mais do que isso em Aldeia da Serra.Anos trabalhando em escolas associadas do Pueri me fizeram nutrir o desejo de fazer parte de uma instituição respeitada e respeitável, aberta ao pensar pedagógico.No entanto,embora a experiência tenha sido fascinante e gratificante do ponto de vista profissional,os impedimentos de ordem prática relacionados à moradia e bem-estar familiar me fizeram abrir mão da oportunidade que  me foi dada.Restou uma imensa gratidão e a confirmação de que meu empenho, minha dedicação e minha crença no meu fazer pedagógico semeiam boas sementes nos mais variados solos.
Depois que retornei assumi por um período a vida doméstica, cercada pelos livros,pelos bichos da casa,pelos filmes e pela família querida.Aproveitei cada momento das conquistas dos meus filhos não como expectadora,mas como coadjuvante e isso foi bom, mas como a vida gira com o girar do mundo, cá estou eu prestes a reiniciar apaixonadamente minha trajetória em sala de aula,que é coisa de que gosto com profundo deleite.
Para esta nova etapa, coloco um trecho de uma boa reflexão.


Não nascemos prontos!

 (...) É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso  quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou minha mais nova edição (revista e,às vezes,um pouco ampliada);o mais velho de mim(se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente.
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou Guimarães, ”Não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”...

Cortella Mario Sergio, Não nascemos prontos - Provocações     
     Filosóficas,7ªEd,Petrópolis,RJ, Editora Vozes,2008,p.12-13

3 comentários:

  1. Oi, Olga!

    Lindo texto! E bom saber que voltará, o papel de um professor é muito importante e belo, sua trajetória em sala de aula toca a (e é também tocada pela) trajetória dos alunos.

    Muitos êxitos nessa nova fase!

    Bjs

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  2. Lindo texto mesmo Olga!!!!!
    Beijos
    Paulinha

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