A sensação nervosa dos pés quentes na água fria que chega assim em anéis com auréola espumosa é a sensação da infância revivida,do encontro proibido.
Desejado e temido.
Depois dos beliscões gelados na pele,o peso nas pernas,os respingos salgados,a surpresa malandra da onda chicoteando o dorso.
As vozes ficando ocas no farfalhar das saias da mãe-água e uma súbita vaga enchendo de prazeroso vazio uns poucos segundos.
Esse é o meu lugar no mundo :esse intervalo entre a sofreguidão da incansável arrebentação e o arrastar de areias da beira.
Esse intervalo de uma onda não formada e gorda de água que me suspende e me sustenta.
No colo da eternidade que não dura mais do que uns poucos segundos...
..feminino é o mar como querem os franceses.
ilustração de John Barnard
Sou muito suspeita, primeiro para falar do mar, depois, muito mais suspeita ainda, para falar do talento da minha grande amiga Olga. Parabéns, você consegue nos trazer o cheiro do mar, o barulho das ondas e o prazer em observá-lo, através de suas palavras!!!!!
ResponderExcluirThaís
Texto poético, lindo! Muito obrigada pelos minutos de viagem e encantamento! Marli Rocha
ResponderExcluirOh,meninas!!
ResponderExcluirVcs trazem ondas de alegria!!