terça-feira, 1 de novembro de 2011

O PALHAÇO

Fui ao cinema e depois não queria mais sair de lá.Eu não queria que a lona dormisse nem que a luzes se acendessem.
Assisti a todos os créditos finais e a sala ,que já estava com meia dúzia de gatos pingados, se esvaziou de vez.
Terei que ver esse filme de novo e tenho certeza de que minhas retinas não ficarão fatigadas da delicadeza.Converti cada cena, cada olhar,cada sorriso ou lágrima em impressões profundas que certamente ecoarão em mim por muito tempo.
O cinema pode prescindir do espetáculo pirotécnico e dos efeitos especiais para apostar na história do homem e sua eterna busca pelo encontro consigo mesmo, ainda que tudo esteja sempre sob seu próprio nariz - como comumente está e ele não vê. Pode-se falar da beleza sem explorar as curvas siliconadas do corpo feminino para fazê-la explodir no olhar expressivo de uma menininha que perde os dentes de leite.Pode-se falar da solidariedade de bolsos rotos que se unem para suplantar dificuldades conjuntas.Pode-se acreditar na ternura, no simples,na união.Pode-se voltar para casa.
Com um elenco talentosíssimo,bela fotografia e trilha sonora velha conhecida dos ouvintes de rádio nos anos 70 , O Palhaço provoca lágrimas e risos e assim como "o gato toma leite e o rato come queijo", Selton Mello brilha!


A arte é o encontro do homem consigo mesmo,mesmo que seja para se perder logo em seguida e recomeçar a procura.Selton,não deu vontade de sair do cinema ...O palhaço é uma obra de arte.