Rir para não chorar ou chorar?
Chorar de rir. Chegar às lágrimas às sete da manhã é privilégio de alguns poucos. Eu e minha amiga e também colega de trabalho Thaís, durante os quarenta minutos que levamos para chegar a uma cidade próxima onde damos aulas, fazemos nossa terapia.
Falamos de tudo um pouco, enquanto os pneus vão comendo a rodovia e o sol vai nos premiando com a luminosidade que destaca a paisagem. Dividimos minutos, quilômetros e sentimentos. São alegrias e frustrações. E com quem isso seria diferente?
Vez por outra lembramos de algumas situações curiosas do cotidiano de nossa profissão e hoje quase perdemos o fôlego ao lembrarmos de uma pessoinha muito simpática, muito querida pelos colegas e pelos professores, mas que é profissional quando o assunto é criar momentos cômicos , geralmente sem intenção, que desarmam qualquer um.
Certa vez, solicitei a leitura de um livro chamado Ciganos de Bartolomeu Campos de Queirós. A lista de livros com as indicações bibliográficas, ele provavelmente perdera e então registrou em sua agenda o nome do livro e ignorou autor e editora. No afã de não perder o prazo para a realização da leitura foi à livraria e comprou o título solicitado. Quer dizer...
Ao entrar na sala um grupo de alunos me indagou:
_ Qual é mesmo o nome do livro que você pediu?
Prontamente respondi:
_Ciganos.
A sala desabou numa gargalhada só. Eles já sabiam da confusão do colega que não entendera a própria caligrafia ao solicitar o livro para a vendedora.
A mais recente peripécia foi nessa terça-feira. Estamos analisando contos e fiz uma leitura bastante dramática do conto Venha ver o pôr-do-sol de Lygia Fagundes Telles. No final do conto o narrador nos relata que a moça gritava e que seus gritos eram como uivos. Finda a leitura, quando começaram as considerações acerca da narrativa, o colega em questão nem gaguejou:
_ Mas... e o lobo ??
_Lobo?Que lobo?
_Esse daí que você falou que estava uivando...
Enquanto eu desfiava estas situações cômicas, eu e Thaís não conseguíamos conter as gargalhadas, entremeadas pelos comentários que Thaís costurava , fazendo-nos lembrar das caras , bocas e gestos dessa linda figurinha. Chegamos literalmente às lágrimas e quase perdemos o fôlego de tanto rir.
O pessoal do pedágio não deve ter entendido nada.
“Que humor dessas aí às sete da manhã!”
Fantástico!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirBeijos
Paulinha
É, Olguita, nossa profissão nos dá esses momentos, porque encontramos, mesmo, muitas figurinhas carimbadas no percurso! O que será que ele leu em "Cigarros"?
ResponderExcluirA situação foi cômica, mas ele leu mesmo o livro Cigarros e espero que ele tenha aprendido o suficiente para não desejar fumar.
ResponderExcluirNa época ele era muito atrapalhado,mas muito querido por todos.Havia futebol na hora do intervalo e o pessoal , inclusive do médio, criou uma torcida organizada para ele.Os maiores chegaram a partir para cima de uns meninos que quiseram brigar com ele certa vez.
Falei com ele esses dias e pelo jeito ão mudou muito.Acho que pelo bem da humanidade devo dizer:Graças a Deus!!
beijo
Olga! Muito bom reler suas obras de arte. Cada releitura uma nova descoberta! Bons tempos e boas lembranças. Saudades dessas gargalhadas!
ResponderExcluirBeijo e mais uma vez parabéns pelo trabalho!