A tua fibra íntima revela-se,
quase sempre,
Num olho raso,
Num sorriso espontâneo,
Num universo
De sutilezas desmedidas.
Há em mim uma displicência com relação a datas comemorativas.Tanto pelo lado consumista que evocam quanto pela pieguice que tendem a gerar.
Fato é que dia disso ou daquilo me incomoda um pouco, independentemente do valor social que o dia internacional da mulher, por exemplo, represente.
A pluralidade feminina, a diversidade e a convergência não resultam em fórmula ao meu ver,mas a história está aí para confirmar que ela, a mulher sempre precisou se re-inventar.Nessas andanças pelos bancos escolares, livros , revistas e blogues,algumas conclusões, dentre as quais:
"Na casa de meu pai há muitas moradas", garantiu certa vez o maior dos mestres. Não importa qual o contexto da promessa, mas uma verdade é irrefutável: cada mãe é uma casa onde habitam outras duas casas.
Uma delas é o útero, a casa provisória onde somos instalados pelo tempo sabiamente programado pelo criador para que se componham nossos órgãos, músculos e esqueletos; nossa composição física incipiente e frágil. Esta casa nem sempre está preparada para receber um habitante e, é por isso que a outra se torna a mais significativa.
A outra casa chama-se coração e esta sim é sempre habitável e acolhedora. Sem teto, nem paredes, nem chão pulsa no ritmo do infinito, porque não há limites para o amor.
Mulheres e suas caixinhas
Mulheres têm especial atração por caixinhas e baús onde possam depositar o embrião descarnado de seus anseios.Ali preservados, repousam retalhos do tempo, franjas de uma cortina do teatro da vida.
Protegidas contra a poeira do esquecimento descansam as ressonâncias, os ecos invioláveis dentro de um útero tão mágico e tão frágil quanto à própria existência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário