quinta-feira, 17 de março de 2011

Mulher

Mulher ,
           
                             A tua fibra íntima revela-se,
                                         quase sempre,
                             Num olho raso,
                             Num sorriso espontâneo,
                             Num universo
                             De sutilezas desmedidas.

Há em mim uma displicência com relação a datas comemorativas.Tanto pelo lado consumista que evocam quanto pela pieguice  que tendem a gerar.
Fato é que dia disso ou daquilo me incomoda um pouco, independentemente do valor social que  o dia internacional da mulher, por exemplo, represente.


A pluralidade feminina, a diversidade e a convergência não resultam em fórmula ao meu ver,mas a história está aí para confirmar que ela, a mulher sempre precisou se re-inventar.Nessas andanças pelos bancos escolares, livros , revistas e blogues,algumas conclusões, dentre as quais:



"Na casa de meu pai há muitas moradas", garantiu certa vez o maior dos mestres. Não importa qual o contexto da promessa, mas uma verdade é irrefutável: cada mãe é uma casa onde habitam outras duas casas.
Uma delas é o útero,  a casa provisória onde somos instalados pelo tempo sabiamente programado pelo criador para que se componham nossos órgãos, músculos e esqueletos; nossa composição física incipiente e frágil. Esta casa nem sempre está preparada para receber um habitante e, é por isso que a outra se torna a mais significativa.
A outra casa chama-se  coração  e esta sim é sempre habitável e acolhedora. Sem teto, nem paredes, nem chão pulsa no ritmo do infinito,  porque não há limites para o amor.


Mulheres e suas caixinhas
  
       Mulheres têm especial atração por caixinhas e baús onde possam depositar o embrião descarnado de seus anseios.Ali preservados, repousam retalhos do tempo, franjas de uma cortina do teatro da vida.
Protegidas contra a poeira do esquecimento descansam as ressonâncias, os ecos invioláveis dentro de um útero tão mágico e tão frágil quanto à própria existência.

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